O que é Internet das Coisas?

Quando alguém fala em Internet das Coisas, muita gente pensa nas aplicações mais simples e não raro, nas que menos representam adequadamente o conceito. Ainda assim, as chances de que você ouça falar dela muito mais daqui por diante são altas e mais: ela irá fazer parte da sua vida, se já não faz.

O que é Internet das Coisas?

O conceito de Internet das Coisas, ou Internet of Things (IoT) é o de uma enorme rede de dispositivos conectados, mas não limitada aos suspeitos habituais. Seu computador, smartphone, tablet ou set-top box, entre outros, são gadgets que dependem da internet para funcionar apropriadamente, assim como equipamentos de grande porte como servidores de grandes empresas.

O foco da IoT é voltado para todos os demais equipamentos do dia a dia de um indivíduo, instituição, empresa ou mesmo de uma cidade inteira, aqueles que você não imaginaria num primeiro momento que podem se beneficiar da rede.

Sua TV ou videogame são os exemplos mais óbvios de dispositivos que migraram do mundo offline para o online, mas pense também em sua geladeira, fogão, lâmpadas, aspirador de pó, ar-condicionado, fechaduras, aparelho de som, carro, câmeras (fotográficas ou de vigilância) e etc.

O conceito de wearables, ou dispositivos vestíveis faz parte da primeira geração de produtos de IoT voltados ao consumidor final, na forma de smartwatches e pulseiras inteligentes. Todos esses dispositivos podem receber sensores que os permitam conectar-se à internet e oferecer recursos extras.

Quais os exemplos de Internet das Coisas?

No geral, qualquer coisa pode ser conectada à internet, mas isso não significa que tudo deveria sê-lo. A ideia principal por trás da Internet das Coisas é a de facilitar a vida dos usuários e clientes, tornando o uso de certos elementos mais simples e até permitindo a automação de tarefas.

Por exemplo:

  • Um aspirador de pó robô pode ser programado para limpar a casa depois da hora de dormir;
  • As lâmpadas da casa podem emitir luzes em tons específicos durante vários momentos do dia, ou se apagarem quando todos saírem;
  • O ar-condicionado pode se ativar cinco minutos antes de você chegar, deixando o ambiente na temperatura correta;
  • Um fogão seria capaz de cortar o fornecimento de gás e avisar a companhia fornecedora ao detectar um vazamento;
  • Freezers comerciais avisariam o fabricante em caso de defeito, evitando a perda de comida, vacinas ou outros elementos perecíveis ou pouco duráveis sem refrigeração;
  • Tratores automatizados seriam capazes de fazer o trabalho de um funcionário mesmo à noite, com dados via satélite para evitar desperdício e utilizando a rede apenas quando necessário;
  • Hospitais podem utilizar equipamentos capazes de coletar dados armazenados em smartwatches, pulseiras inteligentes e outros dispositivos vestíveis que monitorem os dados vitais do paciente, otimizando o atendimento e facilitando o diagnóstico.

Em outros exemplos, a Nest possui pesquisas voltadas ao desenvolvimento de berços conectados que monitoram o sono de bebês, podendo ser uma ferramenta importante para mães, inclusive para evitar que sejam vítimas da Síndrome da Morte Súbita Infantil, um mal súbito em que uma criança perfeitamente saudável morre durante o sono sem nenhum motivo aparente; o berço viria a ser capaz de detectar alterações nos sinais vitais durante a noite e alertar pais e serviços de emergência.

A evolução da tecnologia RFID (Radio-Frequency IDentification, ou Identificação por Radiofrequência), desenvolvida durante a Segunda Guerra Mundial foi essencial para a Internet das Coisas, já que ela utiliza etiquetas e chips minúsculos para coleta e armazenamento de dados via sinais de rádio.

Com ela, é possível desde inibir o roubo de toalhas em hotéis a chipar funcionários com o gadget, controlando o trânsito em setores de empresas que eles podem ou não acessar.

Os chips e etiquetas RFID também são importantes em pesquisa científica, como no monitoramento de colônias de abelhas em todo o mundo.

A Internet das Coisas é também essencial ao conceito de Cidades Inteligentes, projetos urbanísticos que levam em conta sustentabilidade, eficiência e qualidade de vida. Num futuro não muito distante teremos veículos autônomos, semáforos que abrem e fecham de acordo com o tráfego e não em períodos pré-programados, sistemas de reaproveitamento de água, ciclovias inteligentes e etc.

Para tudo isso funcionar corretamente, é necessária uma poderosa infraestrutura de dados tanto para grandes e pequenas empresas, quanto para o usuário.

E é aí que o 5G entra.

Como o 5G vai beneficiar a Internet das Coisas?

A próxima evolução das telecomunicações, o 5G promete velocidades de download de até 100 Mb/s, mas não pense que ele será revolucionário apenas por permitir que você baixe a coleção completa de filmes da Marvel em seu smartphone on the go: a tecnologia está sendo preparada, principalmente, para atender a enorme demanda da Internet das Coisas, em que a cada ano bilhões de novos dispositivos são conectados à rede.

No futuro, teremos literalmente trilhões de dispositivos conectados, de carros a drones, de servidores remotos a edifícios inteiros, e até sua casa: sensores poderiam detectar problemas na estrutura, vazamentos, curtos, pragas localizadas, avisar o morador e sugerir que ele chame um profissional adequado para resolver a situação.

E adivinha? Nossas redes hoje, mesmo o 4G, não foram pensadas para isso.

Grandes empresas, como a Intel fecharam parcerias para homologar o 5G especificamente de modo que ele dê conta dessa futura e inevitável realidade, desenvolvendo chips compatíveis que foram implementados em uma série de dispositivos IoT mais recentes.

Com uma rede pensada para esses dispositivos, cada um deles usará apenas o que for necessário, quando precisar e, dessa forma, os problemas de tráfego serão minimizados.

E quanto à segurança?

No geral, equipamentos de grande porte deveriam ser seguros e à prova de ataques, o que não podemos dizer dos voltados ao usuário final. No entanto, tanto lá quanto cá a regra de que pessoas não dão muita bola para senhas seguras permanece uma constante e, no caso da Internet das Coisas, tal vulnerabilidade levou a um ataque no mínimo didático.

Em 2016, uma botnet (rede de computadores-zumbis, invadidos e controlados por hackers) chamada Mirai capturou uma quantidade enorme de dispositivos IoT, principalmente porque os usuários nunca se preocuparam em mudar a senha padrão de seus fogões, lâmpadas e outros utensílios.

Uma vez controlados, tais aparelhos foram direcionados contra os servidores da Dyn, executando um ataque DDoS que levou ao comprometimento de serviços como PSNTwitterSpotifyRedditAmazonNetflix e vários outros.

Um ataque DDoS consiste em uma grande quantidade de requisições (pedidos de conexão) a um site ou serviço feitos ao mesmo tempo, de modo que o mesmo não consegue dar conta de tudo e entra em colapso, ficando lento ou até mesmo saindo do ar.

O ideal é que usuários e empresas sempre observem as normas de segurança ao utilizar um dispositivo IoT e principalmente, usem senhas diferentes de “admin”, “password” ou “12345”.

O futuro da internet é a IoT?

Sim. Com a rede 5G chegando otimizada para a Internet das Coisas, a tendência é que cada vez mais produtos e iniciativas de grande, médio e pequeno porte permitam que mais e mais dispositivos sejam ligados à rede, desde que preferencialmente possam usufruir de recursos extras e forneçam usos que agreguem aos usuários e à sociedade.

As aplicações são imensas, indo desde saúde, transporte e bem-estar à agricultura, pecuária, indústria e muito mais. As preocupações giram em torno da infraestrutura, que precisa ser bem planejada de modo a dar suporte tanto a gadgets ligados quanto à segurança, especialmente para proteger os dados dos usuários e evitar que seus acessórios virem uma “legião de zumbis”.

Por Ronaldo Gogoni
TB Responde

Fonte: https://tecnoblog.net/263907/o-que-e-internet-das-coisas/

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